Segmentação de clientes: conheça a análise RFM

Já parou para pensar em quais são teus clientes mais rentáveis hoje? E nos clientes que precisam de ativação hoje ? E nos que estão começando a conhecer tua empresa? A análise RFM serve para classificarmos segmentos de clientes a partir de 3 atributos chave:

  • (R)ecência: tempo desde que o cliente fez a última compra/utiliza do produto/serviço;
  • (F)requência: quantas vezes o cliente comprou ou utilizou o serviço;
  • (M)onetária: volume total de receita ou margem de contribuição gerada pelo cliente;

Com estes atributos conseguimos entender o comportamento dos clientes: quando precisam de atenção, quais os clientes mais rentáveis e os mais engajados. É uma análise importante que nos leva a ações que refinam a “qualidade” da nossa  base de clientes, por exemplo, focando em aumentar segmentos mais rentáveis ou na criação de novos produtos para um determinado segmento.

Resultado: como queremos nossa base de clientes

A análise RFM é vista geralmente no mercado de varejo, onde temos vastas bases de clientes para segmentar. Mas com a escala que os negócios de tecnologia tomaram nas últimas décadas e a popularização das técnicas de gestão data driven, este tipo de análise ganhou espaço em outros mercados.

Todos contextualizados? Ok, vamos ver como funciona!

Para começar, dividimos a análise em 3 etapas: classificação dos atributos, segmentação e visualização. 

Passo 1: classificar

Primeiro obtenha uma amostragem dos clientes e seus atributos. Supomos que recência são dias desde a última compra.

Clientes e seus atributos

A partir desta amostragem, classificamos as faixas de valores de 1 a 5, onde 1 é o pior resultado e 5 é o melhor. Cientistas, estas faixas podem ser definidas por quantis ou conforme faça sentido para a gestão.

Clientes e atributos classificados

Com os atributos classificados (scores) acima, podemos gerar um score total com o somatório dos demais scores (pode usar média se quiser) para criar um ranking dos clientes, chamado RFM Score.

Aqui trabalhamos com todos os scores tendo o mesmo peso,  para o score total, mas você também pode utilizar pesos diferentes em cada atributo (é só multiplicar o atributo pelo valor do peso).

Até aqui tudo certo? Agora vamos para a parte legal, os segmentos.

Passo 2: segmentar

Agora que temos os scores, podemos criar segmentos de clientes conforme suas faixas de atributos.

Screen Shot 2019-12-03 at 19.35.02
Segmentos de clientes

Aqui não tem muito mistério, é só calcular a média, encontrar a faixa e guardar a segmentação de cada cliente. Seguimos!

Com os clientes na amostragem devidamente segmentada, vamos para o último passo: a visualização!

Passo 3: visualizar

Para a visualização do tamanho dos segmentos, sugiro utilizar algumas das principais ferramentas de SaaS que oferecem esta análise, como o Clevertap e o Putler (se tiver algum analista ou cientista de dados disponível, envia este artigo para ele e também vai dar certo). 

Ao fim, teremos algo como este gráfico, onde o eixo horizontal é a recência e o vertical é a média entre frequência e monetário.

Segmentação feita no Putler

Como vocês podem ver, os segmentos são diversos, mas quero chamar a atenção aos que costumam precisar de mais cuidados. São eles:

  • Champions: são os melhores clientes, geraram mais receitas, utilizam com mais frequência e recentemente. Geralmente, são os promotores da marca e boas chances de consumirem novos produtos.
  • Potential Loyalist: tiveram um bom gasto, uma frequência média e recentemente. Tente oferecer programas de fidelidade ou upsell para que migrem para o segmento de clientes leais ou campeões
  • New Customers: estes estão começando. Crie um relacionamento, explique como funciona e ofereça ofertas para que voltem e se acostumem a comprar contigo.
  • At Risk: cliente que já compraram com frequência e em grande volume financeiro, mas (por algum motivo) não retornaram recentemente. Tente campanhas de ressurrect e renovações. Faça com que retomem o consumo.
  • Can’t Lose Them: como o nome indica “não perca eles”. Estes clientes estavam “em risco” e ficaram mais tempo sem comprar. Invista recursos para que retornem e entenda os motivos que levaram ele a parar de consumir.

Considerações finais

Recomendo utilizar a análise RFM por períodos de tempo específicos, canais de aquisição, produtos/serviços consumidos para encontrar comportamentos mais relevantes entre os consumidores. Como a maior parte das ferramentas de gestão, precisamos fazer os ajustes para que a análise faça sentido e traga informações claras para o gestor.

Apresentei esta ferramenta e outras 7 para identificar o Product-market fit (clique aqui) no Tech Invest Bootcamp, organizado pela Associação Gaúcha de Startups (AGS), em novembro/19.

Gostou? Deixa teus comentários!

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *